Uma pesquisa conduzida pela Unidade Embrapii Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), em parceria com a empresa MEDMEP, resultou na criação de um creme para animais de estimação. O produto é elaborado com nanocápsulas de exossomos de células-tronco e foi desenvolvido para o tratamento de doenças de pele autoimunes em cães.

Os exossomos são estruturas versáteis secretadas pelas células, desempenhando principalmente o papel de mecanismos de comunicação celular, especialmente por meio de citocinas. O creme desenvolvido constitui uma plataforma tecnológica que possibilita aplicações em outras espécies animais e até em seres humanos. Dependendo da origem da célula-tronco utilizada, o produto poderá ser eficaz no tratamento de outras doenças.

O resultado da pesquisa é um creme cosmético para aplicação em animais, com propriedades que aceleram a cicatrização de feridas em cães com eczema ou dermatite atópica. Atualmente, o projeto está em fase de registro de Patente de Invenção de  processo e produto.

Um artigo recente publicado na revista Advanced Nano Research apresentou novos resultados biológicos que comprovam a eficiência da tecnologia de nanoencapsulamento empregada, além de viabilizar aplicações de natureza biológica semelhante.

“O creme desenvolvido não foi criado para ser um medicamento veterinário, mas sim um cosmecêutico. Apesar dos nossos estudos preliminares in vitro provarem a atividade antiinflamatória e que foram publicados recentemente. Entretanto, a presença do exossomo age como um produto natural que estimula a recuperação da epiderme canina”, explicou o pesquisador Fábio Dantas, do Laboratório de Tecnologia de Pós (Latep), que liderou o projeto pelo INT.

Segundo o pesquisador Edson Lo Turco, diretor científico da MedMep e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo, apesar do creme estar em fase de testes, os resultados preliminares indicam que ele poderá ser utilizado no tratamento de outras doença, além das dermatites em cães.

“O creme em si poderá ser usado também para cicatrização. Obviamente ainda está em testes iniciais, a gente testou só em dois animais e teve uma resposta satisfatória, mas provavelmente, ele também vai poder ser utilizado em processos cicatriciais. E por quê? Porque os exossomos também induzem proliferação celular, então isso ajuda na cicatrização de feridas, de lesões e tudo mais”.

i9 Brasil, com informações do MCTI

Foto: Gabriela Esteves / INT

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