Controle do desmatamento: conheça a ferramenta lançada pelo governo

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), acaba de lançar uma nova versão do portal TerraBrasilis.
A ferramenta é mais uma aliada no monitoramento do desmatamento e queimadas em estados e municípios.
A versão 3.0.0 do painel Sala de Situação já está disponível online.
Ela apresenta indicadores de desmatamento, degradação, mineração e focos de fogo, com base nos dados dos projetos PRODES, DETER e Queimadas, também do INPE.
Além disso, o TerraBrasilis publica informações do Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros (BiomasBR).
Uma das pesquisadoras do portal, Ana Paula Aguiar, explicou que a Sala de Situação foi inicialmente idealizada para fiscalização, mas tem sido utilizada também para acompanhamento e análise.
“Como são muitos dados, a ideia foi criar uma ferramenta que apresentasse todas essas informações de uma forma sinótica, integrada em indicadores e agregada em unidades espaciais e você pode mudar o tempo também”, afirmou.

A versão 3.0.0
Os indicadores podem ser visualizados em células de 150km x 150km ou 25km x 25km, além de estarem organizados por municípios e estados, cobrindo diferentes períodos.
Para usuários cadastrados, há acesso a um indicador de risco futuro de desmatamento de curto prazo, desenvolvido pelo Ibama.
A nova versão permite aos usuários cadastrados focarem a análise em um município específico, criando uma Sala de Situação Municipal com as mesmas funcionalidades da versão principal.
Dentro do município, os dados podem ser visualizados em células menores, de 5 km x 5 km, permitindo um monitoramento mais detalhado.
Essa funcionalidade foi desenvolvida para atender às necessidades do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), um dos principais usuários do painel.
“Agora você pode fazer seleção dos municípios todos prioritários, se o MMA quiser entender o que está acontecendo nesse conjunto de municípios”, afirmou Ana Paula Aguiar.
O sistema será utilizado para capacitar municípios no monitoramento de desmatamento, degradação e queimadas, apoiando iniciativas como o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia e no Cerrado (PPCDAM e o PPCerrado).
“Tem municípios de interesse, todo Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) já está lá e você pode criar o seu conjunto de municípios de interesse para acompanhamento também”, detalhou Ana Paula Aguiar.
Para os municípios, a importância da ferramenta é ainda maior, já que muitos deles não têm capacidade instalada de geoprocessamento.
Com o sistema, a prefeitura pode compreender e monitorar onde os fatos estão acontecendo, usando os dados e a visualização simplificada fornecida pela sala de situação.
“A sala de situação está disponível para todos os municípios do Cerrado e da Amazônia, e esperamos expandir para todos os biomas em breve. Esse é o nosso próximo passo, após a questão do risco: estender essa ferramenta para todos os biomas”, explicou a pesquisadora do INPE.
Desenvolvimento de indicadores futuros
O INPE está trabalhando na criação de novos indicadores de risco futuro. Atualmente, os dados são agregados em intervalos semanais, quinzenais e mensais.
Segundo Ana Paula Aguiar, os usuários cadastrados, especialmente órgãos governamentais, podem acessar informações atualizadas dos últimos sete dias para identificar rapidamente áreas críticas e atuar com maior eficiência.
Utilizando técnicas de inteligência artificial e em colaboração com pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Universidade de Twente, na Holanda, o INPE está desenvolvendo modelos de risco futuro, com meta de previsão para o mês subsequente.
“O Ibama já tem um risco e esse dado já está disponível para quem tem senha. O que estamos fazendo agora junto com o Ibama é utilizando outras técnicas, testando diversos métodos e logo esses novos riscos mais refinados vão estar disponíveis para quem tiver acesso a essa parte do sistema “, ressaltou a pesquisadora.
Além de Ana Paula Aguiar, o Painel é coordenado também por Lubia Vinhas e Luis Eduardo Maurano, pesquisadores do INPE, e por Rodrigo Souza, do Ibama, e tem como colaboradores André Fernando Carvalho e Marco Silva e Gilney Bezerra, também do Instituto.
O MMA e a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (SEMAS-PA) são parceiros na avaliação da ferramenta e na proposição de novas funcionalidades.
Sala de Situação no Painel
Em publicações oficiais do governo, do MCTI e do Inep pode ser encontrada a expressão “conheça a sala de situação no Painel TerraBrasilis”.
Para entender essa sugestão é necessário conhecer esse termo.
Uma Sala de Situação em um portal governamental é um ambiente digital criado para monitorar e analisar informações estratégicas em tempo real.
Esse espaço reúne dados em painéis interativos, gráficos e relatórios sobre temas como saúde, segurança, economia e infraestrutura.
O objetivo é apoiar a tomada de decisões e permitir uma resposta mais rápida a crises e emergências.
Entre suas funções, estão o acompanhamento de políticas públicas, a gestão de desastres naturais e a integração de informações de diferentes órgãos governamentais.
Na área da saúde, por exemplo, a Sala de Situação pode exibir indicadores sobre epidemias, ocupação hospitalar e surtos de doenças.
Já na defesa civil, pode monitorar riscos de enchentes, incêndios e deslizamentos, permitindo ações preventivas mais eficazes.
Conheça a Sala de Situação no Painel TerraBrasilis.
Redação i9Brasil