A força invisível da bioeconomia que sustenta florestas e alimenta cidades

Apesar de sua relevância ambiental, social e econômica, cadeias produtivas permanecem não estruturadas e informais
Enquanto os holofotes da bioeconomia brilham sobre laboratórios, startups de biotecnologia e grandes projetos industriais, uma parte essencial desse universo ainda permanece ‘’invisível’’. Essa dita bioeconomia invisível se refere às práticas produtivas de base comunitária e familiar, muitas vezes lideradas por mulheres, que utilizam saberes tradicionais e recursos naturais de forma sustentável, mas que permanecem fora da rota de políticas públicas, incentivos financeiros e dos grandes mercados.
“A bioeconomia invisível está presente na vida real das pessoas que vivem da floresta e com a floresta”, afirma Olinda Canhoto, analista de negócios da incubadora tecnológica WIT, da Fundação Desembargador Paulo Feitoza (FPFtech). Ela será mediadora de um webinar sobre o tema, mas frisa que a proposta vai além do evento. “Queremos evidenciar que existe uma inovação que nasce no quintal, na feira, na roça e que também sustenta o planeta”, ressalta.
Essa bioeconomia diversa inclui atividades como a extração artesanal de óleos, o aproveitamento da terra preta como fertilizante natural, ou a produção de cosméticos e fitoterápicos com ingredientes da biodiversidade brasileira com potencial biotecnológico ainda pouco explorado. Tudo isso feito com técnicas passadas de geração em geração, em comunidades que vivem diretamente da terra e da floresta.
Apesar de sua relevância ambiental, social e econômica, essas cadeias produtivas permanecem não estruturadas e informais, o que impede sua valorização plena.
‘’São produtos sem rótulo, mas com imenso valor. Falta acesso à infraestrutura, crédito e políticas públicas que enxerguem essas práticas como parte legítima e estratégica da bioeconomia brasileira”, explica Olinda.
Ela também destaca o papel silencioso, mas central, das mulheres nessas cadeias. “Elas cuidam, produzem, organizam, inovam, mas, raramente são reconhecidas como líderes ou protagonistas. Muitas vezes, enfrentam barreiras invisíveis para conseguir atuar em igualdade de condições. Como mulher, sei como é importante estar em ambientes que promovem equidade de verdade”, destaca Olinda.
Na FPFtech, onde atua, Olinda afirma que esse cenário tem sido enfrentado com ações concretas.
“Temos uma proporção de 50% entre homens e mulheres em cargos de liderança. Mas essa realidade ainda é exceção. Por isso, é fundamental promover a formação, a capacitação e o reconhecimento das mulheres como agentes estratégicos da bioeconomia”, completa.
O tema será aprofundado no webinar “Bioeconomia Invisível – Não se vê, e não se contabiliza!”, que acontece no dia 18 de junho, às 10h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelo LinkedIn da WIT Incubadora.
Mais informações podem ser encontradas aqui.
Leia Também:
- 107º Meetup Jaraqui Valley apresenta Hacktown On The Road para Manaus
- inBiota oferecerá programa gratuito na área de Bioeconomia
- A força invisível da bioeconomia que sustenta florestas e alimenta cidades
- Mais de 5 milhões de famílias receberam antenas digitais
- Intelligence of Things Week 2025 revela resultados positivos