Nova Lei alavanca investimento privado de R$ 24,8 bi para semicondutores

Quarta-feira (11/9), durante evento no Palácio do Planalto com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a Abisemi (Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores) anunciou investimentos de R$ 24,8 bilhões em semicondutores. Esse dinheiro será aplicado em pesquisa e desenvolvimento, aumento da capacidade produtiva e expansão de fábricas.
No decorrer do evento, o presidente Lula sancionou Lei 14.968/24 que incentiva a produção nacional de semicondutores. Serão R$ 7 bilhões por ano para estimular investimento em pesquisa e inovação nas cadeias de chips e eletroeletrônica, com aplicações voltadas para painéis solares, smartphones, computadores pessoais e outros dispositivos associados diretamente à chamada indústria 4.0.
A lei cria o programa Brasil Semicon, aperfeiçoa o Padis (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico à Indústria de Semicondutores) e prorroga a Lei de TICs (Lei da Informática). Além disso, prevê incentivos adicionais a produtos desenvolvidos com tecnologia nacional (Tecnac), além de créditos percentualmente maiores para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Ainda na área de semicondutores, a Finep anunciou na cerimônia a abertura de linhas de crédito de R$ 4,5 bilhões. Essa linha está incluída nos recursos que a Finep, o BNDES e a Embrapii já estão oferecendo e contratando no âmbito do Plano Mais Produção desde o ano passado.
“Um dos objetivos centrais da Nova Indústria Brasil (NIB) é aumentar a competitividade das nossas empresas e alavancar as exportações brasileiras de alto valor agregado, e, aqui, nós estamos falando de um setor alta tecnologia, com capacidade não só de produzir e exportar, mas também de atrair parcerias e investimentos externos”, destacou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.
As fábricas brasileiras de semicondutores estão se estruturando para entrar nas cadeias globais de tecnologia de ponta, com a expectativa de exportar chips “Made in Brazil” a alguns dos principiais mercados mundiais, entre eles Estados Unidos e Europa. Recursos privados serão voltados a pesquisa e desenvolvimento, aumento da capacidade produtiva e expansão de fábricas.
“A NIB não só vai atuar no desenvolvimento das indústrias locais, como também permite a atração de novos investimentos, o investimento internacional, novas parcerias entre empresas locais e empresas internacionais. Agora, com a estabilidade desse setor, será estimulado um plano de longo prazo e com as metas estabelecidas pelo governo”, diz Rogério Nunes, presidente da Abisemi.
De acordo com ele, o setor de semicondutores é o segundo maior investidor em pesquisa e desenvolvimento e em capacidade produtiva, perdendo apenas para óleo e gás. “Não será diferente no Brasil”, afirma.
NIB – Missão 4
A sanção da lei e os anúncios empresariais fizeram parte do evento que detalhou as metas, as prioridades e os investimentos públicos da Missão 4 da NIB – que busca fazer com que o Brasil avance em áreas como internet das coisas, inteligência artificial e Big Data.
O objetivo da Missão 4 é impulsionar a transformação digital no país, com ações voltadas à fabricação de chips e robôs, instalação de datacenters e computação em nuvem, otimização de processos industriais, telecomunicações, eletromobilidade, desenvolvimento de softwares e implantação de redes de infraestrutura, entre outras áreas intensivas de tecnologia.
O total de investimentos privados a serem anunciados hoje, incluindo o setor de eletroeletrônica, somaram R$ 85,7 bi.
Fonte informações: Gov.br
Fonte foto: MAILSON PIGNATA