No clima de Olimpíadas, saiba mais sobre o empreendedorismo no esporte

Empreendedores usam a paixão pelo esporte para inovar em negócios relacionados a atividades físicas
Os brasileiros amam torcer por seu país em cada competição, mesmo os que não praticam esportes. Porém o interesse em práticas esportivas tem crescido nos últimos anos. Cada vez mais pessoas estão adotando um estilo de vida saudável com a prática regular de atividades físicas. Esse movimento abre caminho para o empreendedorismo esportivo.
Empreendedores têm investido em negócios que prestam serviços ligados ao esporte, como escolas, lojas de artigos esportivos, moda fitness, organização de eventos esportivos, entre outros. A história de empreendimentos que carregam no DNA a paixão por esportes está no clima do momento.
Esporte, amizade e empreendimento
Vitor Meirelles enxergou um potencial no mercado do crossfit, em uma época de ascensão da atividade. Ele se uniu a um amigo de infância e juntos criaram a Strong Monkey, uma loja de produtos para treino como acessórios, cordas de pular, joelheiras, luvas e cinto para lombar. Como os dois já eram atletas, entrar nesse meio se tornou mais fácil.
“Eu e o sócio da marca sempre fomos atletas, então respiramos esse meio fitness e de competitividade. O nosso lema e propósito era ser uma loja completa para treino. A gente costuma falar que trabalha dos pés à cabeça”, conta o empresário.

A Strong Monkey surgiu como multimarcas, mas hoje já conta com o desenvolvimento próprio de produtos. Outro braço da empresa é o café gelado, levado para eventos de crossfit e no Eixão, uma avenida que é fechada para prática de atividades aos domingos, em Brasília. Na visão de Vitor, o mercado crossfiteiro ainda está na curva positiva.
“Tem uma parcela muito grande da população que não conhece o crossfit e que tem até um certo preconceito, mas essa barreira vem sendo quebrada ao longo do tempo. A gente vem crescendo ano a ano, nossos números têm um crescimento muito expressivo”, afirma Meirelles.
Para Vitor, o mercado voltado para o meio esportivo no Brasil é muito promissor e carece de produtos de qualidade, pois cada vez mais o brasileiro está criando consciência do consumo voltado para a qualidade. O consumidor no Brasil está mais disposto a comprar um produto mais caro, mas com qualidade bem superior.
O segredo para se destacar nesse meio, de acordo com ele, é ter personalidade, se profissionalizar e estar por dentro do universo fitness.
“As empresas do meio fitness precisam de pessoas que respirem esse meio, que saibam da demanda dos atletas e vivenciem pessoalmente”, ele enfatiza.
Amor à primeira remada
Pedro Pizarro sempre teve o sonho de ser jogador de futebol. Mas a vida o fez se aventurar em outros esportes. Ele foi campeão brasiliense juvenil de basquete e, eventualmente, conheceu também o remo, esporte que o lançou na carreira empreendedora.
“Foi amor à primeira vista, ou remada. Comecei na escolinha e não parei mais. Desde o início vi potencial como atleta, já que venci as primeiras regatas. Também me chamou atenção o potencial comercial que a atividade possuía. Por ter trabalhado no comércio desde a infância, percebi que o remo era bem precário nesse segmento empreendedor”, explica.
Após comprar a escola mais tradicional no esporte em Brasília e, em pouco tempo, sair da falência e torná-la “a maior escola de remo do país”, Pedro fundou a Crossrowing. A escola utiliza uma metodologia que concilia o remo olímpico com treino funcional.
Os atletas colecionam conquistas importantes: tricampeões brasilienses, campeões brasileiros e membros da Seleção Brasileira.

Pedro acredita que o sucesso da prática se deve às pessoas estarem procurando mais atividades ao ar livre, além de Brasília contar com o Lago Paranoá, ideal para a prática do remo. Ele afirma que o remo é o exercício físico mais completo que existe e nenhum lugar do mundo reúne tantas condições como Brasília: grande espelho d’água, fácil acesso e clima favorável o ano todo.
“É a paixão pelo esporte o principal ingrediente para inovar e se destacar na multidão. Se for só pelo dinheiro e só pelo negócio em si, vai acabar fazendo mais do mesmo e a chance de fracassar é real”, completa.
Fonte: ASN