Maiores ambientes de startups no Brasil e no mundo

Por Daniel Goettenauer (Diretor na Tropos Amazônia e Presidente do Instituto Plural)*
Recentemente a Startup Blink divulgou o seu relatório anual “Global Startup Ecosystem Index 2025”.
O material traz em seu conteúdo valiosos insights e dados um deles é sobre a taxa de crescimento do ecossistema global em 2025 é pouco inferior a 21%, levando em consideração a variação as pontuações totais das cidades do Índice de 2024 ao Índice de 2025 (resultados congelados em abril do respectivo ano). Com base nesse crescimento, é possível visualizar as regiões com maior e menor crescimento.
Avaliando os países que dominam o mercado global percebemos um domínio nas 3 primeiras posições inalteradas nos últimos 5 anos, sendo liderado pelos Estados Unidos, seguido pelo Reino Unido e Israel.
As 10 Melhores Cidades para Startups em 2025
O Índice Global de Ecossistemas de Startups 2025 analisa o desempenho de mais de 1.400 ecossistemas de startups em todo o mundo e no índice 10 cidades lideram o cenário global de startups. incluem:
Insights
São Francisco (1º) continua sendo o ecossistema global mais bem classificado. A diferença entre São Francisco e Nova York (2º) continua diminuindo, diminuindo de quase 5 vezes em 2019 para 2,7 vezes em 2025.
Londres (3º) mantém sua posição como o ecossistema mais bem classificado da Europa, com uma pontuação quase o dobro da de Paris (8º).
Paris (8º) atinge sua posição mais alta até o momento no Índice, registrando a maior taxa de crescimento do ecossistema entre os 10 principais do mundo, acima de 30%.
Boston (6ª) sai do top 5 global, enquanto Pequim (5ª) contribui para a mudança com um crescimento de 25%.
Bangalore (9ª) apresenta a menor taxa de crescimento entre as 10 maiores cidades do mundo, com 13,8%.
e o Brasil ?
Aparecemos na 27ª Posição no Ranking de nações com uma taxa de crescimento acima de
21% e o relatório traz alguns insights sobre nosso país, tendo como destaque São Paulo, a primeira cidade brasileira a aparecer no Top 1000 Global.
O Brasil agora tem 28 cidades no top 1.000 global, acima das 25 em 2024, com mais de 60% dessas cidades subindo na classificação global.
O Brasil continua sendo o país dominante em startups na América do Sul.
O Brasil tem cinco cidades no top 10 da América do Sul, uma a mais do que em 2024 — enquanto sua concorrente mais próxima, a Colômbia, tem apenas duas.
Insights sobre nossas cidades no Ranking
São Paulo mantém sua posição na 23ª posição globalmente, dominando todas as outras cidades brasileiras com uma pontuação quase oito vezes maior que a do Rio de Janeiro, que ficou em segundo lugar, de Janeiro, apresentando um ecossistema de startups
altamente centralizado.
São Paulo mantém sua posição como a principal cidade da América Latina, impulsionada pelo enorme mercado de língua portuguesa do país.
O Rio de Janeiro perde uma posição no ranking global, embora seu declínio seja mais brando em comparação com Curitiba, que cai 12 posições. Como resultado, o Rio substitui
Curitiba como o segundo maior ecossistema de startups brasileiro.
Porto Alegre demonstra forte impulso, subindo 10 posições para a 203ª posição globalmente e entrando entre as 10 principais cidades da América do Sul. Porto Alegre tem a maior taxa de crescimento entre as 5 maiores do Brasil, com mais de 37%.
Curitiba cai 12 posições, ocupando agora a 149ª posição, sua menor posição desde 2020, com a menor taxa de crescimento entre as dez maiores cidades brasileiras, com 8%.
Campinas e Joinville experimentam ascensão global de três dígitos, posicionando-se em 8º e 9º lugares nacionalmente no Brasil. Seu crescimento é tão expressivo que Recife não consegue manter a 8ª posição, apesar do bom momento global.
Campinas tem a maior taxa de crescimento entre os ecossistemas de startups
brasileiros, com mais de 208%.
Rio do Sul faz a estreia mais alta no top 1.000 global entre as cidades brasileiras, ocupando a 734ª posição.
Overview do Ecossistema Brasileiro
O Brasil é uma economia líder em startups na América Latina, impulsionada por seu enorme tamanho de mercado e crescente capacidade de inovação. O país produziu vários unicórnios, incluindo iFood, QuintoAndar e EBANX, e abriga o Nubank — a maior fintech da América Latina e um dos principais bancos digitais do mundo, ativo no Brasil, México e Colômbia.
Grandes corporações contribuem para um clima favorável às startups, oferecendo programas de aceleração, incubadoras e fortes oportunidades de financiamento.
O país também sedia a Aceleradora Google for Startups. Um importante impulsionador da inovação nacional é a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que desempenha um papel crucial na promoção da inovação liderada pela indústria, conectando startups com parceiros industriais e moldando políticas que apoiam o cenário empreendedor mais amplo.
O setor público também apoia o crescimento de startups por meio de iniciativas como InovAtiva Brasil, StartOut Brasil e Capital Empreendedor, bem como novos marcos legais projetados para impulsionar a criação e a expansão de startups.
O Brasil também se beneficia do trabalho de organizações governamentais como Invest.Rio, Invest São Paulo e Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, que ajudam a promover a startup ecossistema e atrair investimentos.
Para manter o ritmo, o Brasil pode fortalecer ainda mais seu ecossistema, melhorando as altas taxas de juros, expandindo a proficiência em inglês e promovendo reformas empresariais há muito necessárias.
É encorajador notar que o país está caminhando na direção certa. Em 2025, o Brasil sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), uma grande oportunidade para destacar seus pontos fortes em energia renovável, agricultura regenerativa e créditos de carbono.
Prevista para ocorrer na região Amazônica em Belém(PA), cidades como Manaus, Macapá e Belém estão emergindo como pólos de inovação, abrigando empresas como Navegam e Proesc.
Em nível nacional, o Brasil também está avançando em seu papel em tecnologias emergentes. Em 2021, o governo lançou um plano de apoio à pesquisa e desenvolvimento em IA, seguido por uma estratégia para 2024 de investir aproximadamente US$ 4 bilhões em inovação empresarial e infraestrutura de IA.
O Brasil também está se abrindo para empreendedores estrangeiros. A disponibilidade do visto permanente VIPER sinaliza um avanço na recepção de talentos globais. Enquanto isso, programas como o Radar AgTech Brasil apoiam o vasto potencial de tecnologia agrícola do país — um dos setores de startups mais promissores do Brasil devido à sua ampla base de terras aráveis e foco estratégico em agroinovação.
Considerando o tamanho do mercado brasileiro, os recursos naturais e a forte economia digital, o país possui um enorme potencial. Com o apoio contínuo dos setores público e privado, o Brasil está bem posicionado para expandir o sucesso de suas startups para além do mercado local e para o cenário global.
Pesquisa completa disponível em: https://www.startupblink.com/
Th111e Global Startup Ecosystem Index Report 2025
Ranking the startup ecosystems of over 1,400 cities and 100 countries
*Daniel Goettenauer é Diretor na Tropos Amazônia e Presidente do Instituto Plural, especialista em Inovação e investidor com experiência no ecossistema de inovação brasileiro em aceleradoras de startups, coworking, eventos e comunidades. Além de founder de startups com 3 exits. Mestrando em Propriedade Intelectual e Inovação, MBA Gerenciamento de Projetos – FGV, Especialista em Governança em Tecnologia, Graduado em Sistemas de Informação, Publicidade e Desenvolvimento de Software.