#Notícias

A partir de pesquisa com óleo residual, estudantes de Manaus obtêm biodiesel

5 de janeiro de 2024

Aumentar a conscientização ambiental em estudantes, professores e na comunidade escolar foi o resultado social da pesquisa científica desenvolvida na Escola Estadual Marechal Hermes, localizada no bairro Nova Esperança, zona oeste de Manaus. Por meio de vários experimentos, alunos conseguiram a obtenção de biodiesel, a partir de óleo residual. 

Com o desenvolvimento do estudo “Obtenção de biodiesel através da utilização de biomassa residual e a biodiversidade em escolas do Estado do Amazonas”, eles encontraram uma boa concentração de álcool nos testes, obtido através da doação de descarte de óleo da comunidade local, sendo uma porcentagem maior de biodiesel, em relação à glicerina.

Amparado via Programa de Desenvolvimento e de Inovação para Educação Básica, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), a atividade despertou nos estudantes o interesse por pesquisa sustentável, aproximando a escola da comunidade, com um trabalho socioambiental voltado para a preservação da Floresta Amazônica e dos igarapés de Manaus.

O coordenador do projeto, professor e doutorando em engenharia química, Anezio Raymundo Gomes de Oliveira Júnior, da Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc), ressaltou que esses projetos envolvem conhecimentos de diversas disciplinas, promovendo a interdisciplinaridade, uma vez que os alunos podem integrar conceitos de química, biologia, matemática e meio ambiente, proporcionando uma visão holística do conhecimento.

“Projetos práticos estimulam a curiosidade natural dos alunos, incentivando-os a questionar, explorar e experimentar. Isso contribui para a promoção da criatividade e do pensamento inovador”, afirmou.

Os processos da pesquisa

A pesquisa foi dividida em seis fases: coleta de Dados Iniciais, com a identificação de fontes de óleo; preparação da Biomassa, com a filtro do óleo coletado para remover impurezas sólidas; planejamento Experimental, com a seleção de reagentes, com base em critérios de eficiência e segurança; realização das Reações; separação e purificação; e, por fim, avaliação e análise da qualidade do biodiesel produzido, com testes como viscosidade e ponto de fulgor.

Durante a pesquisa, os alunos aprenderam sobre o processo de transesterificação, utilizando duas rotas:  a ácida e a alcalina. A primeira caracterizou-se como um processo quimicamente mais simples e menos corrosivo em comparação com os alcalinos, o que pode contribuir para a durabilidade do equipamento. O segundo promoveu uma reação mais rápida, sendo mais vantajoso em termos de eficiência de produção e menos sensível à presença de água.

De acordo com o coordenador do projeto, foram utilizadas várias matérias-orgânicas para utilização de aditivo, porém o ácido sulfúrico e o hidróxido de sódio e potássio foram os destaques, visto que apontaram melhores resultados.

“Em nível didático, para alunos do ensino básico, foi interessante saber que a calcinação do açaí e do tucumã adicionado ao óleo conseguiu obter um pouco mais de biodiesel no processo de transesterificação”, explicou.

O professor afirmou ainda que, inicialmente, os alunos se envolveram no projeto de forma tímida, devido ao pouco contato com o laboratório, mas após treinamento e experimentos iniciais para maior segurança na prática, os alunos tiveram mais engajamento na pesquisa.

Apoio da Fapeam

“A Fapeam foi decisiva para implementação do processo. Nenhuma escola de ensino básico conseguiu ter um laboratório de ponta sem o incentivo da Fundação. No quesito social, a iniciativa pode aumentar a conscientização ambiental em estudantes, professores e na comunidade escolar. O entendimento sobre a reciclagem de óleo de fritura e a produção de biodiesel pode promover comportamentos mais sustentáveis”, disse Anezio Júnior.

Sobre o Prodeb 

O Prodeb é uma iniciativa da Fapeam que visa fomentar a concessão de auxílio-pesquisa para apoiar projetos de pesquisa e de inovação, visando à valorização dos mestres e doutores que atuam na Rede Pública de Ensino, no âmbito da educação básica, com vistas ao desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação da educação no Amazonas.

Para o i9Brasil, com informações da Fapeam

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *