Apicultores do Piauí criam técnicas para garantir produção de mel no período mais quente do ano
No Piauí, produtores de mel desenvolveram técnicas para garantir a sobrevivência das colmeias durante o período mais quente do ano. Em meio a caatinga, os apicultores de Itainópolis usam pastos irrigados para alimentar e proteger os enxames de abelha.
“É muito importante por causa da florada, que a gente necessita muito de ter algum tipo de alimentação para sustentar as abelhas no período de escassez”, explicou o apicultor Mariano de Oliveira.
O manejo garante a sobrevivência das colmeias o ano inteiro e torna a abelha mais forte e resistente.
“Quando ela chega no período de produção mesmo, ela vai estar uma abelha saudável, forte, resistente e, consequentemente, ela vai ter o melhor desempenho na produção”, diz engenheiro agrônomo Chagas Souza.
Tesourodo dourado
Em Itainópolis, o mel – que é conhecido como tesouro dourado – é responsável pelo sustento de muitas famílias, que aprenderam a conviver com as dificuldades de um lugar onde chove, em média, cinco meses por ano.
Esse cuidado rigoroso tem uma explicação: é que o mel produzido nessa região do Piauí é 100% orgânico e por isso tem portas abertas no mercado internacional. Mas para isso acontecer, os apicultores do sertão tiveram que aprender a trabalhar em grupo. Eles se organizaram em cooperativas.
Uma central, em Picos, leste do Piauí, reúne quase 900 apicultores de 40 municípios. A central produziu mil toneladas de mel orgânico no ano passado. Quase toda a produção seguiu para os Estados Unidos, Canadá, China e Europa.
“O grande diferencial do nosso mel é a pureza. Nosso mel está livre de todo e qualquer contaminante”, contou Wellington Dantas, gerente comercial da Casa Apis.
Em uma década, a produção do estado cresceu mais de quatro vezes. Em março, o Piauí sozinho estava exportando a metade do mel do Brasil.
Com informações do Jornal Nacional