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Físico brasileiro é o novo Diretor Executivo da Academia Mundial de Ciências

4 de março de 2025

O físico Marcelo Knobel (foto) é o novo Diretor Executivo da Academia Mundial de Ciências (TWAS), com sede em Trieste, Itália. Professor titular do Departamento de Física da Matéria Condensada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ele será o responsável por liderar ações estratégicas e operacionais da TWAS, bem como coordenar atividades de gestão, desenvolvimento, planejamento e execução de programas que envolvem a cooperação internacional com vistas a aumentar  a força da ciência no Sul global.

Knobel também estará encarregado da coordenação da TWAS com suas organizações associadas, como a Organização para Mulheres na Ciência para o Mundo em Desenvolvimento (OWSD) e a InterAcademy Partnership (IAP).

Knobel sucede o Diretor Executivo interino, Atish Dabholkar, que ficou no cargo até dezembro de 2024. Como a  academia é uma instituição associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), ele trabalhará sob a autoridade da Diretora-Geral Adjunta da UNESCO para as Ciências Naturais, Shamila Nair-Bedouelle, sob a orientação do Conselho e do Comitê Diretor da TWAS.  

“Eu espero ajudar a TWAS a fornecer mais oportunidades a cientistas de todo o Sul global, bem como a trazer à luz como a ciência é nosso maior aliado na busca por um mundo mais justo, seguro e feliz”, afirmou Knobel, por ocasião de seu anúncio como Diretor Executivo.

Ele diz estar honrado por fazer parte de uma organização com uma história de quatro décadas de trabalho em atividades para a construção da capacidade crítica científica em países em desenvolvimento. Ao longo de sua existência, a TWAS já formou mais de 1,1 mil PhDs, apoiou mais de 2,3 mil bolsas de pós-doutorado concedidas a cientistas do mundo em desenvolvimento e ofereceu mais de 2,7 mil subvenções a pesquisas.

“Sem ciência não temos futuro. É a ciência que pode nos dar as ferramentas para lutar contra a mudança climática, a perda da biodiversidade e novas e velhas doenças”, completou Knobel.

Carreira e prêmios

Ex-Reitor da Unicamp (2017-2021), Knobel desenvolve pesquisas envolvendo sistemas magnéticos nanoscópicos e é um divulgador da ciência, atividade que o levou a ganhar o Prêmio José Reis de Divulgação Científica, concedido pelo CNPq, em 2019. Ele foi o idealizador do Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, é pesquisador na área de percepção pública da ciência; coordenador da série Meio de Cultura, da Editora da Unicamp; e foi editor-chefe da revista Ciência e Cultura, editada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ademais, já atuou como diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF).

Em 2007, Knobel foi contemplado na segunda edição do Young Scientist Prize – o Prêmio Jovem Cientista de lá – concedido pela TWAS, escritório regional para a América Latina e o Caribe. A partir daquele ano, até 2011, foi TWAS Young Affiliate. No momento, o físico é TWAS Alumnus. 

Outros nove cientistas brasileiros também fazem parte da TWAS

Em novembro de 2024, Knobel e mais nove cientistas brasileiros foram nomeados TWAS Fellows, para mandato com início em 1º de janeiro de 2025. Dos 10 pesquisadores brasileiros, Knobel incluído, nove são bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ)  e quatro são membros de Comitês de Assessoramento do CNPq (CAs)

Os pesquisadores foram escolhidos na última eleição da TWAS e são parte do maior grupo de novos membros que já ingressou nessa instituição, 74 no total. Os 50 homens e 24 mulheres provenientes de diversos países em desenvolvimento participarão, de acordo com a respectiva área de conhecimento, das dez  divisões científicas temáticas da academia, como Ciências Químicas, Ciências Biológicas e Física, Astronomia e Ciências Espaciais.

Com a nomeação dos pesquisadores, o número de  membros da TWAS alcançou 1.444. A seleção representou um aumento de representatividade de alguns países e regiões do globo. Mais de 80% dos novos membros da TWAS – exatos 62 – são originários do Sul global. A eleição também contemplou pesquisadores de alguns países que estavam sub-representados, como Argélia, Bolívia, Guiana e Arábia Saudita.

Os pesquisadores brasileiros eleitos como novos membros da TWAS e a respectiva divisão científica da TWAS de que farão parte são os seguintes:

Agricultura, Nutrição e Ciências dos Sistemas Alimentares:

Odir Antonio Dellagostin  – PQ Professor Odir Dellagostin

Ciências Biológicas:

Célia Regina Carlini – PQ e membro de CA

Ciências Médicas e de Saúde:

Paulo Saldiva

Milena B. P. Soares – PQ e membro de CA

Ciências Químicas:

Maria Valnice Boldrin Zanoni – PQ

Informação Quântica e Ciências Computacionais:

Francisco De Assis Tenório de Carvalho – PQ e membro de CA

 Ciências da Terra, do Clima e do Meio-Ambiente:

Ricardo Ivan Ferreira Da Trindade – PQ

 Ciências Matemáticas:

Maria Aparecida Soares Ruas – PQ e membro de CA

 Física, Astronomia e Ciências Espaciais:

Antonio José Roque da Silva – PQ

Marcelo Knobel – PQ

Redação i9Brasil, com informações e fotos do CNPQ

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