#Notícias

França e Brasil fortalecem parceria em bioeconomia na Amazônia

2 de julho de 2025

Evento em Manaus reuniu representantes de empresas e instituições da França e do Brasil para fomentar inovação sustentável e cooperação internacional na agenda pré-COP30

Mais de 50 representantes de empresas e instituições da França e do Brasil se reuniram em Manaus, em um encontro voltado à bioeconomia e ao desenvolvimento sustentável, com foco em conexões internacionais entre ecossistemas de inovação. A missão francesa foi realizada na sede da Fundação Desembargador Paulo Feitoza (FPFtech), e fez parte de uma agenda Pré-COP30 para aproximar empresas inovadoras da França de startups e instituições amazônicas.

O evento foi promovido em parceria com a aceleradora Axcell, a WIT Incubadora Tecnológica e a agência Business France, em formato de seminário e rodadas de pitching, além de possibilitar as startups amazônicas a fazer networking com a delegação estrangeira e discutir possibilidades de cooperação em pesquisa, formação e negócios.

Bioeconomia sendo ponte entre Amazônia e Europa

A proposta central foi fomentar parcerias na área da bioeconomia, especialmente em soluções que integrem sustentabilidade, tecnologia e impacto social. O objetivo da iniciativa é atrair novas comitivas da França e de outros países, através das conexões geradas.

“Estamos aqui gerando várias conexões com startups da França, startups nacionais, com as nossas startups locais. É um ambiente muito rico, de muita troca”, avaliou Rafael Teodósio, coordenador da WIT Incubadora Tecnológica.

Inovação amazônica no cenário global

Para Daniel Fontana, diretor de estratégia e portfólio da Axcell, o encontro destacou o potencial transformador da bioeconomia e o papel da inovação na Amazônia.

“Temos negócios incríveis ligados à foodtechs, cosméticos, energia sustentável, todos ancorados na biodiversidade da floresta e no propósito de criar soluções sustentáveis. O encontro cria laços e sinergias para que nossos negócios cheguem à Europa, mas também para que possamos receber os colegas franceses em um ambiente de colaboração”, afirmou.

Participação da Business France

A missão teve o apoio da Business France, agência oficial do governo francês responsável por fomentar negócios internacionais. Segundo André Rios, diretor da área de agronegócios da agência, o contato direto com as realidades amazônicas no seminário franco-brasileiro de sociobioeconomia, foi essencial para compreender as múltiplas “Amazônias” e os diferentes contextos culturais e produtivos.

“A gente sai dessa missão com muito mais conhecimento. Entendemos que não se pode falar da Amazônia em uma só palavra. Por isso, vamos levar essa lição e até mesmo rebatizar as próximas edições da missão com o nome de sociobioeconomia. Esse é só o pontapé inicial de uma jornada de longo prazo”, desatca André Rios.

Vegepolys Valley na América Latina

Para a representante internacional do polo de inovação francês Vegepolys Valley, Cláudia Ramos, o encontro destacou o propósito internacional da iniciativa. Com 20 anos de experiência e mais de 650 membros, a Vegepolys Valley tem como prioridade a América Latina e trouxe ao evento empresas que atuam com soluções agrícolas sustentáveis e uso de insumos naturais

“Nosso objetivo é promover inovação colaborativa entre setor privado, pesquisa e formação. Queremos acompanhar as empresas francesas em parcerias com atores brasileiros, inclusive ajudando a formar novos polos de inovação fora da França, como já fizemos no Chile”, explicou.

Startups brasileiras com exportação sustentável

Entre as empresas francesas presentes, a FarmLeap, especializada em rastreabilidade e pegada de carbono para grãos, viu potencial de colaboração com startups brasileiras. Segundo o representante da startup, Anael Bibard, há sinergia entre as soluções amazônicas e as exigências ambientais do mercado europeu.

“Ficamos impressionados com a comunidade de tecnologia que está se desenvolvendo na região da Amazônia. Conhecemos empresas brasileiras com propostas muito conectadas ao nosso trabalho, e acreditamos que será possível facilitar suas operações no mercado europeu com base nas regulamentações ambientais”, comentou Anael Bibard.

Uma das responsáveis por apresentar a FPFtech para a delegação francesa, Olinda Canhoto, analista de negócios da incubadora WIT, destacou que o evento foi uma oportunidade estratégica para mostrar o ecossistema de inovação local.

“A bioeconomia é o ponto central da delegação francesa e é também uma das frentes mais relevantes em desenvolvimento aqui. A troca foi muito rica, pois eles puderam conhecer o tipo de negócio que se desenvolve na região, e nós tivemos acesso a tecnologias e possibilidades de investimento internacionais. Existe um edital aberto, inclusive, com recursos para projetos de sustentabilidade”, compartilhou Olinda Canhoto.

Cooperação internacional rumo à COP30

A missão em Manaus faz parte de uma rota mais ampla, que inclui também visitas técnicas e reuniões em outras regiões da Amazônia Legal, com foco na articulação de projetos conjuntos e no fortalecimento de políticas binacionais voltadas à inovação sustentável.

Redação i9Brasil Portal de Notícias

Fonte: Uplink

Leia Também:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *