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Pesquisadores brasileiros estudam planta que produz canabidiol sem alucinógeno

13 de junho de 2023

Rio de Janeiro (RJ) – A descoberta da planta Trema micrantha blume, feita por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aponta que o vegetal possui a capacidade de produzir canabidiol (CBD) em suas flores e frutos, sem conter a substância psicoativa tetrahidrocanabinol (THC) presente na maconha. A descoberta promete impulsionar o uso medicinal do CBD sem obstáculos legais, uma vez que a Cannabis sativa, responsável por produzir a droga alucinógena maconha, é proibida.

A planta Trema micrantha blume pode driblar as restrições legais associadas à Cannabis, o que possibilita uma utilização mais ampla do CBD para fins medicinais no Brasil.

Atualmente, a prescrição médica do CBD é restrita ao tratamento de epilepsias na infância e na adolescência, de acordo com uma resolução do Conselho Federal de Medicina. No entanto, o Congresso Nacional brasileiro está em discussão sobre a legalização do cultivo em escala industrial, seguindo o exemplo dos Estados Unidos, Canadá e Portugal.

Sem restrições

Segundo Rodrigo Soares Moura Neto, coordenador da pesquisa e membro do Instituto de Biologia da UFRJ, a Trema micrantha blume não possui THC, o que a torna adequada para a produção de canabidiol.

O cultivo dessa planta não está sujeito a restrições legais, pois ela pode ser cultivada livremente, já que se encontra naturalmente distribuída pelo Brasil. Isso tornaria a planta uma fonte mais acessível e econômica de obtenção do canabidiol, sem as limitações impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que restringe a fórmula do CBD a apenas 0,2% de THC.

Além de sua viabilidade para produção de canabidiol, a Trema micrantha blume possui propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, de acordo com técnicas de medicina caseira. Sendo uma planta nativa, ela não requer condições específicas para o cultivo e já é amplamente utilizada em projetos de reflorestamento.

Estudo para fins terapêuticos

Os pesquisadores estão conduzindo estudos para purificar, caracterizar quimicamente e estruturar a espécie, a fim de utilizá-la como um fitoterápico. Posteriormente, serão realizados testes in vitro em diferentes sistemas, seguidos por testes em animais de laboratório. O estudo medicinal é facilitado devido à similaridade entre a Trema micrantha blume e a Cannabis.

Químicos, biólogos, geneticistas e botânicos estão trabalhando para desenvolver métodos eficazes de análise e extração do canabidiol da planta.

De acordo com os pesquisadores, em aproximadamente seis meses, começarão os processos in vitro, nos quais será avaliado se o componente possui a mesma atividade que o canabidiol extraído da Cannabis sativa.

Apoio da Faperj

A pesquisa recebeu um financiamento de R$ 500 mil por meio do edital de Ciências Agrárias da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo do estado.

A pesquisa em andamento está mobilizando diversos especialistas para explorar os benefícios e potenciais terapêuticos dessa planta brasileira. Além disso, estão sendo desenvolvidas técnicas de análise e extração do canabidiol, visando à sua utilização como medicamento fitoterápico.

A descoberta da capacidade da Trema micrantha blume de produzir canabidiol abre novas possibilidades no campo da medicina, especialmente para o tratamento de condições como epilepsia.

Pesquisas

Fique por dentro das últimas descobertas científicas e avanços na área de pesquisa sobre a Trema micrantha blume e seu potencial medicinal. Acompanhe nosso site para obter atualizações sobre esse estudo inovador e suas implicações para a saúde pública no Brasil.

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