Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) surpreenderam o mundo com um avanço médico inovador: um dispositivo de ultrassom vestível que pode permitir que pacientes detectem tumores em estágios iniciais do câncer de mama.

A tecnologia, que pode revolucionar a forma como a doença é diagnosticada, tem o objetivo de melhorar a taxa de sobrevivência global de pacientes com essa condição, sendo especialmente útil para aqueles com alto risco de desenvolvê-la entre os exames de rotina de mamografia.

O dispositivo em questão consiste em um adesivo flexível, projetado para ser facilmente fixado no sutiã da usuária. Ele permite que a pessoa mova um rastreador de ultrassom ao longo do adesivo e faça imagens do tecido mamário em diferentes ângulos. Surpreendentemente, os pesquisadores demonstraram que foram capazes de obter imagens de ultrassom com resolução comparável à dos equipamentos utilizados em centros de imagiologia médica.

A detecção precoce do câncer de mama é um fator crucial para o sucesso do tratamento e a recuperação das pacientes. Ao possibilitar a identificação de tumores em estágios iniciais, o dispositivo oferece esperança para milhares de mulheres em todo o mundo.

Em um dos testes realizados, o dispositivo foi aplicado em uma mulher de 71 anos com histórico de cistos mamários, e os cistos detectados tinham apenas 0,3 centímetros de diâmetro, equivalentes a tumores em estágios iniciais. Além disso, a resolução das imagens obtidas foi comparável à do ultrassom tradicional, e o tecido mamário pôde ser visualizado em uma profundidade de até oito centímetros.

O próximo passo dos pesquisadores é desenvolver uma versão miniaturizada do sistema de imagem, aproximadamente do tamanho de um smartphone. A ideia é permitir que o dispositivo seja utilizado no conforto do lar pelas pacientes com alto risco de câncer de mama, que se beneficiariam de exames frequentes sem a necessidade de deslocamento até um centro de imagiologia.

Uso da inteligência artificial

Uma das perspectivas empolgantes é a integração da inteligência artificial (IA) no fluxo de trabalho do dispositivo. Os pesquisadores planejam criar um sistema onde os dados coletados dos pacientes possam ser analisados por IA, possibilitando uma análise mais precisa das mudanças nas imagens ao longo do tempo. Isso não apenas melhoraria a eficiência do diagnóstico, mas também abriria portas para a expansão da tecnologia de ultrassom para outras partes do corpo.

O objetivo final dessa tecnologia é ambicioso e inspirador: aumentar a taxa de sobrevivência do câncer de mama para até 98%. Com o dispositivo de ultrassom vestível, a detecção precoce se tornará mais acessível e confortável para as pacientes, representando uma esperança real na luta contra essa doença devastadora.

Portal I9 Brasil com informação Olhar Digital