Programa LBA/Inpa-MCTI discute impactos do ciclo do carbono em eventos extremos na Amazônia
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Uma das questões abordadas durante a 76ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi a discussão sobre possíveis estratégias e ações para mitigar os efeitos do carbono nos ecossistemas amazônicos. A mesa-redonda intitulada ‘Mudanças Climáticas e Ciclo do Carbono na Amazônia’ contou com a participação de Bruce Forsberg, gerente científico do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA/Inpa-MCTI). Além de Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo (USP), e Vania Neu, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), ambos do comitê científico do LBA.
Forsberg apresentou os resultados de pesquisas que demonstram como o LBA tem utilizado diferentes metodologias, desde medidas de campo até sensoriamento remoto em torres e aviões, para investigar como os ecossistemas amazônicos absorvem o carbono e como atividades humanas interrompe esse ciclo, aumentando a emissão de gases de efeito estufa. “Nossos resultados mostram que os ecossistemas naturais, terrestres e aquáticos da Amazônia estão sequestrando carbono atmosférico. Ações humanas como o desmatamento e construção de hidrelétricas resultam em emissões de carbono na atmosfera, desequilibrando o clima na região”, frisa.
Durante o debate, os pesquisadores enfatizaram a importância de políticas e ações eficazes para combater o desmatamento e promover a preservação da floresta amazônica, além da necessidade de pesquisas e monitoramento contínuo para compreender melhor as mudanças climáticas na Amazônia e desenvolver estratégias de mitigação apropriadas. Os pesquisadores apresentaram, ainda, estudos que evidenciam os impactos das mudanças climáticas na região amazônica, como o aumento de eventos extremos como secas e enchentes, que podem afetar a biodiversidade e a vida das comunidades locais.
Vania, do Comitê Científico do LBA, ressalta a importância de olhar não apenas para a floresta, mas também para as pessoas que nela vivem, pois são os verdadeiros guardiões da floresta, impedindo que madeireiros e garimpeiros a ocupem. “Precisamos pensar nas pessoas. A Amazônia é habitada por muitas pessoas. Não adianta a gente falar de combater desmatamento e queimadas sem fornecer condições mínimas para essas populações, porque se não tiverem essas condições, elas vão embora da floresta e o espaço ficará aberto para a ganância do capitalismo substituir a floresta. Se quisermos manter a floresta, temos que pensar nessas pessoas que são guardiãs da floresta”, pontua.
O debate finalizou com um bate papo sobre a importância da pesquisa e monitoramento contínuo para melhor compreensão das mudanças climáticas na Amazônia, evidenciando a necessidade de estratégias de mitigação embasadas em dados científicos.
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Sobre o LBA
O Programa LBA é um programa estratégico nacional do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e executado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O LBA conta com uma rede de 20 torres instaladas nos estados de Rondônia, Amazonas, Pará e Mato Grosso, que mede os fluxos de carbono, água e energia. Há mais de 25 anos, essa rede monitora variáveis climáticas (a interação entre a floresta e a atmosfera) na Amazônia, contribuindo para a compreensão das mudanças do clima regional e global.
Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)
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