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Conheça o App Inclusive – recurso de Tecnologia Assistiva para pessoas com Transtorno do Espectro Autista – TEA

9 de abril de 2024

Por Clara Fragôso* 

No Brasil, por meio da Lei nº 13.652, de 13 de abril de 2018, foi instituído o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, a ser celebrado anualmente no dia 2 de abril. Assim, observamos nesses últimos dias uma importante mobilização da sociedade civil em dar visibilidade ao tema e também em promover a garantia de direitos dos autistas, que hoje são considerados pessoas com deficiência para todos os efeitos legais (Lei nº 12.764/12).

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno de desenvolvimento neurológico, caracterizado pela dificuldade de comunicação e/ou interação social. Além disso, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) estabelece três níveis de gravidade no que diz respeito ao nível de suporte que cada autista necessitará: nível 1 – exigindo apoio; nível 2 – exigindo apoio substancial; e nível 3 – exigindo apoio muito substancial.

Com o olhar atento a essas necessidades, aplicam-se os benefícios das Tecnologias Assistivas, que podem ser descritas como “todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e inclusão” (Bersch, 2008 apud Borges, 2015, p. 38).

São algumas categorias de Tecnologias Assistivas: as de auxílio para vida diária; as de comunicação aumentativa e alternativa; os recursos de acessibilidade ao computador; os sistemas de controle de ambientes; os projetos arquitetônicos para acessibilidade; as órteses e próteses; a adequação postural; os auxílios de mobilidade; os auxílios para cegos ou com visão subnormal; os auxílios para surdos ou com déficit auditivo e as adaptações em veículos.

A Tecnologia Assistiva de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) vem sendo utilizada como forma de comunicação não verbal para compreender desejos e necessidades daqueles que possuem dificuldade de comunicação/interação. Neste contexto, surgem as chamadas Pranchas de Comunicação alternativa – que podem ser de baixa e alta tecnologia:

Fonte: FRANCO (2014, p. 21).

Em síntese, a diferença entre elas é o suporte, uma vez que as pranchas de baixa tecnologia, em sua maioria, são confeccionadas em papel, enquanto as de alta tecnologia são mediadas por artefatos tecnológicos, a exemplo do Tablet.

A psicóloga brasileira, doutora em Educação Especial e diretora do Instituto Inclusive Todos, Fernanda Orsati, é uma das desenvolvedoras do Aplicativo “Inclusive” – especialmente destinado para pessoas com autismo e outras questões do neurodesenvolvimento.

Conforme a descrição dos desenvolvedores:

Inclusive é um recurso de comunicação alternativa para pessoas com dificuldade de expressão verbal. Pensando na ampliação do repertório de interação comunicativa, o aplicativo Inclusivo foi desenhado com os princípios de vocabulário central (core vocabulary), planejamento motor, e comunicação funcional, para ser utilizado em contextos interativos, seja ele familiar, social, clinico ou educacional. A criança, jovem ou adulto toca o símbolo (palavra + imagem) e o mesmo é falado em voz alta. Ao tocar diversos símbolos, eles podem ser combinados em uma frase, que também pode ser lida por completo. (App Inclusive, disponível no Google Play).

Fonte: App Inclusive, disponível na loja Google Play.

Esta é uma excelente oportunidade de conhecer a ferramenta, assim como divulgá-la, de modo a contribuir com a inclusão das pessoas com autismo e na melhoria da qualidade de vida, em seu dia a dia com suas famílias e demais contextos sociais. Além disso, para valorização das pesquisas nacionais de desenvolvimento de Tecnologias Assistivas advindas do trabalho de profissionais comprometidos com estratégias de acessibilidade.

Referências

BERSCH, Rita de Cássia Reckziegel. Design de um serviço de tecnologia assistiva em escolas públicas. 2009. 231f. Dissertação (Mestrado em Design) – Programa de Pós-Graduação em Design, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

FRANCO, Natália de Melo. Uma linguagem para a modelagem do vocabulário de pranchas de comunicação alternativa. 2014. 90f. Dissertação (Mestrado em Modelagem Computacional) – Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2014.

* Clara Fragôso é pesquisadora da área de Tecnologia e Inovação em Educação, Especialista em Tecnologias para Educação Profissional e Tecnológica e em Gestão Pública. Fundadora da empresa de Educação Digital Futuro Docente.

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