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Dados biométricos: riscos e desafios para a segurança corporativa

2 de março de 2025

Com 500 mil brasileiros escaneando a íris, especialistas alertam para riscos de vazamentos e fraudes de identidade

Recentemente, viralizou nas redes sociais a polêmica em torno da venda de dados biométricos pessoais, como a íris, para empresas de Inteligência Artificial (IA).

No Brasil, projetos como o Worldcoin, que ofereciam criptomoedas em troca do escaneamento da íris, atraíram cerca de 500 mil pessoas, especialmente em regiões periféricas, antes de serem interrompidos pelo governo.

A iniciativa, que ganhou destaque por sua proposta inovadora, levantou questões urgentes sobre os riscos da comercialização de dados tão sensíveis, as implicações para a segurança corporativa e a privacidade dos indivíduos.

A coleta e o armazenamento de dados biométricos, como a íris, representam um desafio crítico para a segurança das empresas.

Diferentemente de senhas ou tokens, dados biométricos são imutáveis.

Um vazamento dessas informações pode resultar em fraudes, roubo de identidade e até mesmo em ataques diretos a infraestruturas críticas.

“A íris é uma informação única e impossível de ser alterada, o que a torna extremamente valiosa para cibercriminosos”, destaca Evandro Ribeiro, Head de Segurança da Informação do Grupo Avivatec, uma empresa de soluções e projetos de tecnologia.

Youtuber comenta recente polêmica de “venda da íris” para empresa internacional explicando vários perspectivas do fato. Fonte: Canal Manual do Mundo

Para ele, a coleta de dados biométricos, como a íris, traz desafios complexos para a segurança digital.

“Empresas que armazenam esses dados precisam adotar protocolos avançados de cibersegurança, como criptografia de ponta a ponta e sistemas de monitoramento contínuo, para evitar vazamentos”, comenta Ribeiro.

Além das preocupações com a segurança dos dados biométricos, é essencial discutir como inovação e privacidade podem coexistir.

A biometria tem transformado a autenticação digital, tornando-a mais rápida e eficiente, mas também levanta questionamentos sobre o controle do usuário sobre seus próprios dados.

Modelos descentralizados de armazenamento e o uso de inteligência artificial para detectar acessos suspeitos são algumas das alternativas que equilibram proteção e conveniência.

Para garantir que essas tecnologias sejam adotadas de forma ética, as empresas precisam investir não apenas em segurança cibernética, mas também em transparência e governança de dados.

Para Vinicius Gallafrio, CEO da MadeinWeb, empresa provedora de TI e especialista em inteligência artificial, a tecnologia precisa ser aliada da segurança sem prejudicar a experiência do usuário.

“A autenticação biométrica já é uma realidade, mas seu futuro depende de como as empresas vão garantir que esses dados sejam utilizados de forma ética e segura”, comenta Gallafrio.

O desafio não é apenas proteger os dados, mas garantir que a inovação ocorra de forma responsável e acessível.

“Além disso, a comercialização desses dados biométricos sem regulamentação clara e transparente aumenta o risco de violações de privacidade”, completou o CEO da MadeinWeb.

A coleta e venda desses dados sem o devido consentimento pode acarretar sérias consequências legais, além de afetar a segurança digital de muitas pessoas, especialmente as vulneráveis ou de regiões periféricas.

Portanto, é fundamental que empresas e órgãos reguladores adotem medidas rigorosas para garantir que os dados biométricos sejam tratados de forma ética, segura e transparente, protegendo a privacidade dos indivíduos e evitando riscos à segurança digital, sem comprometer a confiança do consumidor.

Redação i9Brasil

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