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Investidores Profissionais (VCs): Modelos tradicionais não funcionam na Amazônia!

5 de março de 2025

*Por Bruno Alencar, CEO da Amazonia Venture Builder. Atua há mais de 12 anos em desenvolvimento de novos negócios na Amazônia, com projetos industriais, projetos de P&D e captação de recursos.

O ecossistema de inovação da Amazônia está emergindo como um dos mais promissores do mundo, impulsionado por empreendedores que desenvolvem soluções tecnológicas alinhadas à bioeconomia e à sustentabilidade. No entanto, para capitalizar essas oportunidades, é essencial que os fundos de investimento compreendam as particularidades únicas da região, ajustando suas métricas de avaliação e estratégias de acompanhamento.

Se investidores tradicionais esperam aplicar as mesmas fórmulas utilizadas em startups de São Paulo, Nova York ou Londres, estão fadados a subestimar – e perder – um dos mercados mais estratégicos da próxima década. A Amazônia não é um investimento comum: exige um olhar diferente, métricas diferentes e gera resultados diferentes.

1. Modelos Tradicionais de Avaliação Não Funcionam Aqui

A Amazônia é uma região única, e isso se reflete no ciclo de crescimento das startups. Empresas inovadoras da região enfrentam desafios logísticos, regulatórios e estruturais que alteram o ritmo tradicional de desenvolvimento. As métricas convencionais de Venture Capital – como CAC (Custo de Aquisição de Clientes), LTV (Lifetime Value) e velocidade de escalabilidade – nem sempre fazem sentido nesse ecossistema.

Ao invés disso, investidores devem considerar novos indicadores, como:

Índice de impacto socioambiental: startups da bioeconomia amazônica precisam integrar benefícios ambientais e sociais ao seu crescimento. Empresas como a Natura, que trabalham com cadeias produtivas sustentáveis, provam que esse modelo pode ser extremamente rentável.

Tempo de maturação estendido: negócios amazônicos muitas vezes dependem de certificações, infraestrutura e adaptação ao contexto local antes de escalarem. A startup Amazonzyme, que produz enzima a partir de fungos da floresta amazônica para aumento da produção de etanol de segunda geração, é um exemplo de empresa que precisou validar tecnologia e conquistar aceitação antes de vender seus produtos.

Modelos híbridos de receita: muitas startups amazônicas combinam investimento privado com captação de recursos públicos. O programa PD&I Suframa, que financia inovação na região, tem sido essencial para startups estruturarem seus projetos.

2. Crescimento em Outro Ritmo: A Jornada das Startups Amazônicas

Startups tradicionais, como aplicativos e plataformas SaaS, podem escalar rapidamente e gerar retorno para investidores em poucos anos. Na Amazônia, o cenário é diferente.

Aqui, muitas startups lidam com setores estratégicos, como bioeconomia, mobilidade sustentável e energias renováveis, que exigem P&D e validação técnica antes da escalabilidade.

Isso pode parecer um fator limitante para fundos acostumados a retornos rápidos, mas, na prática, significa barreiras de entrada extremamente altas para concorrentes futuros. Ou seja, os investidores que entram primeiro terão posição dominante no mercado.

Exemplo disso é a própria Amazônia Venture Builder S.A., que estrutura startups em segmentos de alto impacto e alto potencial de crescimento, preparando-as para escalar de forma sustentável. Está sendo a pioneira e mais ativa desenvolvedora de startups da região.

3. A Importância do Capital Inteligente: Estratégias de Financiamento Híbridas

Se um investidor acredita que basta aportar dinheiro e esperar o retorno, a Amazônia não é o lugar certo para ele. O capital precisa vir acompanhado de inteligência estratégica e sinergia com incentivos financeiros específicos.

Atualmente, os modelos mais bem-sucedidos de financiamento na região combinam:

Fundos de Venture Capital, como o Amazônia Regenerate Accelerator and Investment Fund, lançado pela gestora KPTL com um capital inicial de US$ 11 milhões para startups de bioeconomia.

Editais de fomento governamentais e internacionais, que garantem recursos não reembolsáveis para inovação.

Parcerias com Venture Builders locais, que ajudam startups a estruturar modelos de negócio sólidos antes da captação de grandes rodadas.

Essa abordagem reduz riscos e potencializa o crescimento das startups, gerando negócios mais resilientes e sustentáveis.

4. ESG Não é um Detalhe – É o Core Business da Amazônia

O mercado global está migrando para investimentos sustentáveis. Se ESG (Environmental, Social and Governance) antes era um diferencial, hoje é um pré-requisito para grandes fundos internacionais.

A Amazônia se posiciona como a região mais estratégica do mundo para investimentos ESG, pois os retornos financeiros andam lado a lado com a conservação da floresta e o impacto social positivo. Empresas como a Natura, que integram ativos amazônicos em sua cadeia de valor, são provas de que a biodiversidade pode ser um motor econômico sustentável e altamente lucrativo.

5. Como a Amazônia Venture Builder Conecta Startups a Fundos de Investimento

A Amazônia Venture Builder (AVB) atua estrategicamente para reduzir a assimetria de informação entre investidores e startups amazônicas, preparando empresas para conversas francas e bem estruturadas com fundos de investimento.

Nosso trabalho é identificar, fortalecer e apresentar startups sólidas, que já possuem modelos de negócios validados, governança estruturada e propostas alinhadas às expectativas do mercado de Venture Capital.

Ao atuar como um cofundador estratégico, a AVB oferece:

· Suporte em estruturação financeira, jurídica e comercial para que as startups cheguem aos investidores preparadas.

· Conexão com grandes fundos nacionais e internacionais interessados em modelos de negócio sustentáveis na Amazônia.

· Assessoria na captação de recursos em editais de inovação e programas de fomento, facilitando rodadas de investimento híbridas.

Com essa abordagem, ajudamos fundos de investimento a encontrar oportunidades concretas e escaláveis na região, mitigando riscos e maximizando retornos.

Se você é um investidor profissional que busca novos mercados com alto potencial de crescimento, impacto positivo e retornos sustentáveis, a Amazônia é um caminho sem volta – e a Amazônia Venture Builder pode ser o seu guia nessa jornada.

Entre em contato e descubra como transformar inovação e sustentabilidade em bons negócios.

*Bruno Alencar é formado em Engenharia Química, com especialização em Lean Manufacturing. Cursando mestrado stricto senso em IA para Otimização de Processos Industriais, atua há mais de 12 anos em desenvolvimento de novos negócios na Amazônia, com projetos industriais, projetos de P&D e captação de recursos. É um empreendedor serial, já fez “exit” e hoje está como CEO da Amazonia Venture Builder, uma organização que tem várias startups em seu portfólio e que busca ajudar o empreendedores a superar o “vale da morte”.

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