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Pesquisa analisa forma imunológica de combate à tuberculose extrapulmonar

13 de abril de 2023

Apesar da tuberculose pulmonar ser a mais frequente nos pacientes, cerca de 25% deles podem apresentar a tuberculose extrapulmonar, sobretudo, na pleura e nos gânglios linfáticos. Dentre os estudos de combate à incidência desse tipo de tuberculose está a pesquisa “HLA-Antígeno Leucocitário Humano em pacientes com tuberculose extrapulmonar”, que investiga uma possível associação de genes de HLA, por considerar que tais moléculas exercem papéis cruciais na resposta imunológica do hospedeiro, por formar um grupo especial de proteínas localizadas na superfície de quase todas as células do corpo humano.

Amparada pelo Programa Amazônidas Mulheres e Meninas na Ciência – Edital 002/2021, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e coordenado pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas (ICB/Ufam), a pesquisa espera identificar alelos de HLA associados à tuberculose extrapulmonar e pulmonar, para proteção ou risco do paciente e confirmar os resultados de associação para futuras avaliações de predição “in silico”, dos alelos de HLA que seriam os melhores ligadores a peptídeos de Mycobacterium tuberculosis (estruturas formadas com base na ligação entre duas ou mais moléculas de aminoácidos).

Para a pesquisadora e professora da Ufam, a farmacêutica Aya Sadahiro, os impactos positivos da pesquisa para área de saúde em pacientes de tuberculose serão a longo prazo. “Após a reunião de várias informações dos estudos imunológicos nos pacientes e controles, espera-se ter marcadores imunogenéticos que possam ajudar a identificar e estimar as pessoas, que expressam determinados HLA, se há maiores chances de controlar a infecção ou se vão evoluir para a doença”.

Segundo panorama da doença no Brasil, publicado pelo Ministério da Saúde em 2018, na série histórica no período de 2008 a 2016, o coeficiente de incidência da tuberculose extrapulmonar (TBEP) no Amazonas foi mantido de 10 casos/100 mil habitantes, mas continua elevado em relação ao coeficiente nacional que foi de 4,6 casos/100 mil habitantes.

Recentemente, o Ministério da Saúde publicou o boletim epidemiológico especial sobre a tuberculose, no qual estima-se que, em 2020, a doença tenha acometido cerca de 9,9 milhões de pessoas no mundo. O Amazonas está entre os estados com os maiores coeficientes de incidência da doença no país, 84,1 casos novos/100 mil habitantes. E dentre as capitais, Manaus também é detentora de coeficientes elevados com 115,8 casos novos/100 mil habitantes. Até 2019, a doença era a primeira causa de óbito por um único agente infeccioso, tendo sido, desde 2020, ultrapassada pela Covid-19.

Por: Valdete Araújo – Fapeam

Fotos: Érico Xavier – Fapeam

 

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