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Startups de tecnologia devem crescer 20 vezes em investimentos nos próximos 10 anos

3 de julho de 2023


Startups de tecnologia de ponta, conhecidas como “deep techs”, estão entre as principais tendências de investimento em capital de risco nos próximos anos. De acordo com o relatório “Deep Tech – The New Wave”, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), estima-se que os investimentos nessas empresas na América Latina cresçam 20 vezes na próxima década, chegando a US$ 3,44 bilhões em 10 anos, em comparação com os US$ 172 milhões registrados em 2022.

A pesquisa revelou que 14 países da América Latina e do Caribe são berços de deep techs apoiadas por investidores. Argentina, Brasil e Chile lideram o cenário da região, representando 30%, 30% e 19% das startups, respectivamente. O relatório destacou que esses países possuem ecossistemas de capital de risco bem estabelecidos e concentram uma significativa quantidade de pesquisadores especializados em campos relacionados à deep tech. Além disso, espera-se que o México e a Colômbia ganhem influência nos próximos anos, enquanto novos países desenvolvem seus próprios ecossistemas.

Em termos de valuation, Chile, Brasil e Argentina também desempenham um papel central, representando 25%, 23% e 23% do valor total das startups da região, respectivamente. Uma surpresa positiva é a Costa Rica, que se destacou como o quarto maior ecossistema, sendo responsável por 22% do valuation total da região.

O Brasil é o país da região com maior potencial de crescimento do ecossistema, com 77% dos pesquisadores e 58% das patentes, apesar de possuir pouco mais de 30% das startups. O relatório do BID sugere que essa discrepância pode ser atribuída, em parte, ao modelo prevalente no país, que se concentra principalmente no mercado interno.

A pesquisa identificou três startups latino-americanas avaliadas em mais de US$ 500 milhões: Establishment Labs (Costa Rica, medicina estética), NotCo (Chile, alimentação) e Bioceres (Argentina, agricultura). Quatro empresas brasileiras têm valuation entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões: Voltz (bicicletas elétricas), Speedbird Aero (drones), Kaiima (biotecnologia) e Biotimize (biotecnologia).

A biotecnologia representa a maior parcela (61%) das startups de deep tech na América Latina e no Caribe (LAC). Em seguida, está o mercado de inteligência artificial, que corresponde a 11% das empresas de tecnologia avançada da região. A IA é aplicada para enfrentar desafios complexos, como o desenvolvimento de produtos à base de plantas que sejam atraentes e nutritivos.

Outros setores emergentes incluem nanotecnologia (6% das startups), cleantech (5%), tecnologia espacial (4%), mobilidade avançada (4%), robótica (2%), manufatura avançada (2%), tecnologia de saúde (2%), materiais avançados (1%), dispositivos médicos e outros (menos de 1%).

“A tendência é que a biotecnologia continue sendo um campo de destaque, devido às suas conexões com alimentos e agricultura, à disponibilidade de biodiversidade e à abundância de profissionais talentosos”, destacou o relatório.

Com informação Startups*

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