Contra ‘alucinações’, startup WeClever aposta em tecnologia para checar se a IA está correta

Ana Abreu, Daniel Merli, Otávio Limão e Rodolfo Reis, sócios da WeClever. Fonte: Exame
A startup é uma das pioneiras no Brasil no uso de inteligência artificial (IA) para o marketing conversacional. Após crescer 38% em 2023 e fechar o ano com receita líquida de 16,5 milhões de reais, WeClever foi selecionada para o ranking EXAME Negócios em Expansão 2024.
O uso de inteligência artificial (IA) para o atendimento ao consumidor já virou rotina. Quem entra em contato com empresas no WhatsApp ou no Instagram está acostumado com respostas automáticas geradas por robôs virtuais, também conhecidos por chatbots.
O desafio de quem investe em robôs virtuais para atendimento ao público é o de garantir a qualidade do serviço. Não é raro os sistemas de IA voltados ao consumidor final e base de boa parte dos chatbots existentes no mercado, como o ChatGPT, darem uma ‘rateada’ no serviço de vez em quando.
A sucessão de respostas incompletas, ou mesmo erradas, dadas pela IA já tem até nome — as ‘alucinações’ — e são um desafio e tanto para as empresas que investem em chatbots.
Hoje, menos de 5% das conversas feitas pelos robôs virtuais no WhatsApp ou Instagram têm algum tipo de monitoramento por parte de humanos ou de outras máquinas. Trata-se de um trabalhão. A auditoria de 40.000 atendimentos por um time de 10 pessoas demandaria mais de 5.000 horas de trabalho — algo como dois meses.
O que faz a WeClever

Esse cálculo sobre demanda de horas para a auditoria é da WeClever, empresa de São Paulo dedicada à tecnologia de marketing conversacional por IA. Em função disso, a WeClever está lançando um módulo na sua plataforma para auditoria de 100% das conversas mantidas pela IA.
O novo sistema serve como um painel para acompanhamento em tempo real do número de interações feitas pela IA. As mensagens com alguma suspeita de terem saído do padrão vão direto para um escaninho virtual para um humano checar o que está acontecendo.
“Essa eficiência permite que as equipes se concentrem em atividades estratégicas”, diz Rodolfo Reis, CEO e fundador da WeClever.
Pelo sistema, é possível bolar critérios para sinalizar à IA quando ela está fazendo um bom trabalho, e, portanto, deve continuar agindo daquela maneira. Além disso, indica quando ela está mandando mal — e, por isso, deve rever o curso.
“Além disso, com alertas preditivos em tempo real, eles identificam e corrigem desvios antes que se tornem problemas, elevando significativamente a qualidade do atendimento”, complementa Reis.
Rodolfo fundou a WeClever em 2020, após a venda do seu primeiro empreendimento, o clube de assinatura de literatura infantil Leiturinha, à Movile, dona de aplicativos como o de delivery iFood.
Além dele, são sócios da WeClever Ana Carla Abreu, Daniel Merli e Otávio Limão. Entre os clientes da WeClever estão nomes consolidados com comércio eletrônico brasileiro, como a loja online CantuStore, de pneus.
Nas contas da empresa, em quatro anos mais de 11 milhões de consumidores já interagiram com os robôs virtuais feitos pela WeClever para seus clientes. A média de conversão dessas conversas em vendas foi de 37%. No acumulado, a interação via IA gerou 600 milhões de reais em receita incremental para as empresas clientes da WeClever.
A WeClever gerou em 2023, a receita operacional líquida de 16,5 milhões de reais, alta de 38,47% em 12 meses. No ranking Exame Negócios em Expansão 2024 esse resultado a garantiu a posição 88 entre as empresas que mais crescem no país na faixa entre 5 a 30 milhões de reais de faturamento.
Fonte: Exame
Leia também
- DeepSeek: algumas das polêmicas que rondam a última semana
- Diretor da EST/UEA apresenta no DF expertises nas áreas de desenvolvimento de software, jogos eletrônicos e IA
- Saiba como acessar resultados do CNU
- Assim nasceu a gestão de riscos em uma das maiores empresas brasileiras
- Samsung Ocean divulga agenda de cursos para Fevereiro