Por Rafael Teodósio*, coordenador da WIT Incubadora FPFTech. Especialista em administração pela FGV, já foi avaliador do Finep Centelha e mentor parceiro da Estação Hack do Facebook.

Nesse período em que estou como coordenador da WIT Incubadora — iniciativa da FPFtech para fomentar negócios inovadores, tenho tido o privilégio de presenciar o impacto positivo da aplicação da Teoria U nas startups que apoiamos. Embora não seja um tema amplamente discutido de uma maneira mais ampla no nosso ecossistema de inovação, tenho visto de perto como essa abordagem pode transformar o modo como empreendedores encaram os desafios no setor.

A Teoria U é um conceito desenvolvido pelo pesquisador Otto Scharmer que propõe um modelo de liderança e inovação baseado em três fases (observação, presença e ação). A teoria enfatiza a importância da escuta atenta, da empatia e da abertura para novas perspectivas, favorecendo o desenvolvimento de projetos mais alinhados com os propósitos individuais e coletivos.

Aplicando esses conceitos no dia a dia, a Teoria U tem se mostrado uma ferramenta poderosa nesse sentido, promovendo reflexões profundas sobre os propósitos e princípios que norteiam os projetos de cada equipe. No contexto das startups que estão nos programas da WIT, tenho observado como a Teoria U pode auxiliar especialmente aquelas que estão na fase inicial, ainda estruturando suas equipes e definindo os problemas a serem resolvidos. Ao incentivá-los a explorar o ambiente e interagir com o público-alvo, os empreendedores têm a oportunidade de ajustar suas estratégias e repensar suas ideias iniciais.

É surpreendente ver como, muitas vezes, as ideias que chegam até nós sofrem transformações significativas ao longo do processo de aplicação da Teoria U. Através das mentorias oferecidas pela WIT Incubadora, os empreendedores conseguem não apenas entender melhor as necessidades do mercado, mas também realizar os ajustes necessários para alcançar o sucesso.

Por isso, mais do que uma ferramenta para impulsionar os negócios, a Teoria U se mostrou fundamental para promover uma reflexão mais ampla sobre os objetivos de vida de cada empreendedor. Afinal, inovação não se resume apenas à tecnologia, mas também à capacidade de manter a mente calma e aberta a mudanças para gerar soluções eficazes.

Com essa experiência positiva, percebemos ser fundamental incentivar a aplicação da Teoria U em nossos programas, trazendo reflexões e provocações relevantes para que cada vez mais empreendedores possam se beneficiar desse modo de pensar. Acredito que, ao adotar essa abordagem, estamos não apenas impulsionando o sucesso das startups, mas também contribuindo para a construção de um ecossistema de inovação mais sólido e colaborativo.

SOBRE O AUTOR

*Rafael Teodósio é coordenador da WIT, incubadora da FPFTech. Especialista em administração pela FGV, possui mais de 5 anos de experiência em tecnologia e startups, abrangendo investimentos, aceleração e mentoria. Já foi avaliador do Finep Centelha e mentor parceiro da Estação Hack do Facebook. Também atua como voluntário em programas de empreendedorismo com a Unesco e outros parceiros.

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