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As sete ações para que sejamos os Trabalhadores do Conhecimento

25 de dezembro de 2023

*José Renato Sátiro Santiago


Para muitos vivemos no mundo 4.0, aquele caracterizado pela ‘essencial’ presença da tecnologia junto aos processos, produtos e serviços. Ao que parece, é inegável identificar esta realidade. No entanto, há um importante paradoxo junto a ele e que diz respeito, justamente, a presença do ser humano. A razão é óbvia. Se as tecnologias estão presentes em todos os lugares, o seu grau de ineditismo ganha um valor relativo. Daí surgem características que dependerão do maior desenvolvimento humano. Serão elas as geradoras de diferenciais competitivos nas pessoas.


Ainda nos anos 1960, Peter Drucker já afirmara que o século XXI seria liderado por aqueles que trabalham com a informação, a desenvolvem e aplicam os conhecimentos em suas atividades profissionais, a quem ele denominou, os trabalhadores do conhecimento. Algumas décadas depois, um dos grandes responsáveis pela evolução tecnológica vivida no mundo, Steve Jobs, um dos fundadores da Apple, fortaleceu ainda mais o entendimento de Drucker, ao afirmar: “trocaria toda a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates”.


Cabe ao profissional que anseia em desenvolver as competências, conhecimentos que sejam aplicáveis na prática, que façam ele ser reconhecido como trabalhador do conhecimento, possuir duas importantes características: capacidade e disposição.

Juntas, elas irão potencializar a presença de sete importantes e essenciais ações a este trabalhador, que são:

  1. Ensinar: desenvolver conhecimentos técnicos e cognitivos, sejam eles teóricos ou práticos, bem fundamentados e ter plenas condições para transmiti-los, naturalmente, através de meios formais ou informais de capacitação;
  2. Aprender: possuir conhecimentos em níveis que permitam potencializar a compreensão do que pode ser ensinado e, ao mesmo tempo, assumir, de forma colaborativa, o papel de aprendiz para temas sobre os quais não tem domínio.
  3. Aprimorar: manter como mantra constante o intento de melhoria contínua nas atividades que desenvolve, alinhada aos parâmetros, especificações, demandas presentes e valores éticos adotados pela organização.
  4. Compartilhar: ser um elemento que promove o compartilhamento das práticas e experiências obtidas, quer sejam boas ou nem tanto, de maneira a potencializar a perpetuação das melhores iniciativas e prevenção da repetição dos erros.
  5. Inovar: ser agente frequente que promove de forma consistente, a inserção de novos e diferenciados requisitos, passíveis de se tornarem potenciais geradores de riqueza aos processos, produtos e serviços sobre os quais estão envolvidos.
  6. Escutar: saber ouvir a opinião alheia, sobretudo quando contrária, considerando, verdadeiramente, pontos de vista alheios e os argumentos apresentados, de forma colaborativa, e abrindo a possibilidade para reconsideração pessoal.
  7. Concretizar: desenvolver poder de realização que permita fazer com que seus conhecimentos se transformem em competências, isto é, que sejam aplicados devidamente em prol do atendimento dos objetivos e metas traçados e esperados.


Ainda que não haja uma receita pré concebida para tal, objetivar como meta de evolução se aproximar ao perfil do trabalhador do conhecimento, conceituado por Drucker, pode fazer a diferença.

O sucesso que teremos depende muito mais daquilo que alcançamos, de acordo com nossos objetivos, do que quaisquer outras metas definidas por outrem.

*José Renato Sátiro Santiago é Doutor e Mestre em Engenharia de Produção pela USP. Consultor nas áreas de Gestão da Inovação, Gestão do Conhecimento, Capital Intelectual, Gestão de Pessoas, Gestão de Projetos e Lições Aprendidas.

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