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Chuva artificial para combater a seca é aposta nos EUA

13 de junho de 2023

No Aeroporto Regional de San Angelo, um pequeno escritório abriga Jonathan Jennings, em busca de uma grande oportunidade. Seu trabalho envolve monitorar o radar meteorológico em busca de sistemas de tempestades iminentes, com o objetivo de enviar aviões para perseguir nuvens carregadas de umidade.

Por meio da semeadura de nuvens, uma borrifada de produtos químicos não tóxicos é injetada nas nuvens, com o intuito de aumentar a precipitação no solo. Jennings, meteorologista do projeto da West Texas Weather Modification Association, compara esse processo a apertar uma esponja pingando.

A semeadura de nuvens é uma tecnologia que vem sendo utilizada em várias formas desde a década de 1950 e está passando por um período de renascimento. Defensores dessa técnica, como Jennings, afirmam que seus dados demonstram que ela pode aumentar a quantidade de chuva em uma determinada área em até 15%, em comparação com nuvens não semeadas.

Isso significa que podem ser adicionadas duas polegadas extras de chuva por ano, uma água que pode auxiliar as plantações a sobreviver a períodos de seca e a recarregar os aquíferos subterrâneos, fundamentais para agricultores, pecuaristas e moradores rurais.

A demanda pela semeadura de nuvens tem aumentado significativamente em todo o oeste dos Estados Unidos e no México, à medida em que os períodos de seca extrema e o aquecimento climático tornam essa prática uma alternativa mais econômica em relação a soluções tecnológicas caras, como a dessalinização da água do Oceano Pacífico ou do Golfo do México.

Programas de semeadura de nuvens para aumentar a quantidade de chuva e neve estão em andamento nos estados do Texas, Utah, Colorado, Nevada, Idaho, Novo México e Califórnia.

Além disso, autoridades do Estado do Arizona estão considerando a implementação de dois novos programas. No México, autoridades federais estão realizando a semeadura de nuvens em cinco estados mexicanos que enfrentam uma seca prolongada.

Entenda o processo

O processo de semeadura de nuvens pode ser realizado no ar ou no solo, sendo que, neste último caso, geradores semelhantes a chaminés lançam produtos químicos nas massas de ar, enquanto elas sobem as encostas das montanhas.

A maioria dos esforços de semeadura de nuvens utiliza partículas de iodeto de prata, com uma estrutura cristalina semelhante ao gelo. Após a injeção dos produtos químicos, a temperatura do ar precisa atingir -6 °C para que o vapor de água comece a congelar ao redor do iodeto de prata, formando gotículas grandes o suficiente para cair no chão como chuva ou neve.

Durante o verão, as empresas de semeadura de nuvens utilizam as propriedades de atração de água dos cristais de sal, como o cloreto de cálcio, para obter resultados semelhantes, porém, em nuvens mais quentes e úmidas.

Enquanto as autoridades locais estão adotando cada vez mais essa tecnologia de modificação do clima, alguns especialistas em clima questionam sua eficácia e se ela apenas transfere a água da chuva de uma área para outra. Esses especialistas defendem que a conservação do solo é uma maneira mais segura de preservar os escassos suprimentos de água.

Com informações do Olhar Digital

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