ABB Robotics e Junglekeepers uniram forças para reflorestar a Amazônia com a ajuda de um robô inovador. O YuMi, movido a energia solar, tem como objetivo automatizar o plantio de sementes na região.

Através dessa colaboração, especialistas conseguiram programar o YuMi remotamente, a uma distância de 12 mil quilômetros, para executar tarefas essenciais no processo de plantio de sementes na remota região amazônica peruana. Essa área geralmente requer esforços manuais intensos, mas o robô consegue cavar buracos no solo, plantar as sementes, compactar o solo e marcá-lo com uma etiqueta de código de cores. Graças a essa inovação, é possível reflorestar uma área equivalente a dois campos de futebol todos os dias.

“A colaboração da ABB com a Junglekeepers demonstra como a robótica e a tecnologia em nuvem podem desempenhar um papel fundamental no combate ao desmatamento, um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas”, afirma Sami Atiya, presidente da ABB Robotics and Discrete Automation, em comunicado.

Além de automatizar tarefas altamente repetitivas, o programa piloto com o “robô mais remoto do mundo” permite que os guardas florestais se dediquem a trabalhos mais importantes na floresta tropical, conservando o território em que vivem. Com a automatização dessa tarefa, os voluntários da Junglekeepers podem direcionar seu tempo e recursos para outras atividades, como educar os moradores locais sobre a preservação da floresta tropical.

A instalação totalmente remota e autônoma também resolve o desafio de encontrar pessoas dispostas a permanecer e trabalhar em áreas remotas da selva.

“Até agora, já perdemos 20% da área total da floresta amazônica. Sem o uso da tecnologia, a conservação ficaria paralisada. Ter o YuMi em nossa base é uma ótima maneira de expor nossos guardas florestais a novas formas de realizar o trabalho. Ele acelera e expande nossas operações, impulsionando nossa missão”, completa Moshin Kazmi, co-fundador da Junglekeepers.

A Amazônia é motivo de preocupação para a comunidade científica devido à sua importância para o clima global, biodiversidade do planeta e a sobrevivência de comunidades tradicionais. Infelizmente, a destruição da floresta continua crescendo, com mais de um terço da área já degradada pela atividade humana.

No entanto, há uma esperança: dados do Google Trends revelam que as buscas pelo termo “Amazônia” aumentaram 80% na última década no Brasil, e 40% em todo o mundo. O Brasil é o segundo país que mais pesquisa assuntos relacionados ao clima em 2023, atrás apenas da Argentina.

No início do ano, imagens de satélite do sistema de monitoramento DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indicaram uma queda no desmatamento na Amazônia. Segundo um relatório oficial, houve uma redução de 61% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em janeiro do ano passado, foram perdidos 430 quilômetros quadrados de floresta, enquanto no mesmo mês deste ano esse número caiu para 167 quilômetros quadrados.

Fonte: ABB Robotics, New Atlas