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Pesquisa do Piauí usa inteligência artificial para promoção da saúde mental na internet

7 de junho de 2023

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) utiliza técnicas de inteligência artificial para a promoção da saúde mental na internet. O projeto desenvolvido pelo professor Dario Calçada e o estudante Luiz Henrique, do curso de Ciências da Computação, tem como principal objetivo detectar sinais depressivos em mensagens no Twitter.

O estudo é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi). Ele foi realizado no Grupo de Estudo e Desenvolvimento de Aplicações Inteligentes (JEDI) da Uespi, em parceria com a obra social Luz da Esperança e a Universidade Federal do Delta de Parnaíba.

A pesquisa conta com a participação de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, psiquiatras e cientistas de dados. Durante o estudo, a equipe utilizou técnicas de processamento de linguagem natural e formação de redes complexas, aliadas ao aprendizado de máquina e teve como resultado a criação de uma base de dados em língua portuguesa, classificada com mensagens que indicam esse tipo de comportamento.

A ilustração mostra o passo a passo do processo que é analisado pelos pesquisadores – Foto: Divulgação/Uespi

Com o uso da inteligência artificial, a base de dados identifica mensagens que contém palavras como ‘tristeza’, ‘desespero’, ‘dor’, ‘sofrimento’, dentre outras. Existem até mesmo novas palavras que jovens burlam para falar se referir sobre isso.

Segundo os pesquisadores, um dos desafios enfrentados foi adaptar as técnicas de inteligência artificial à língua portuguesa, que apresenta algumas peculiaridades em relação à fonomímica e sintaxe. Para resolver o problema, a equipe contou com a colaboração de pessoas de outras universidades e desenvolveu uma técnica de análise de linguagem natural específica para esse tipo de análise.

Pesquisa aplicada na prática

O professor e doutor Dario Calcada contou que os resultados foram aplicados em projetos práticos, como o desenvolvimento de um teclado de celular que identifica mensagens com esses indícios e envia um alerta para um amigo ou parente do usuário. A base de dados utilizada na pesquisa está disponível para outros pesquisadores que quiserem dar continuidade dos estudos na área.

O estudante Luís Henrique, do 8º bloco do curso de Ciências da Computação, destacou que o uso excessivo das novas tecnologias pode afetar negativamente a saúde mental, já que algumas comunidades na internet estimulam o aumento de estresse, ansiedade ou depressão nos adolescentes.

“É importante encontrar um equilíbrio saudável entre o uso da tecnologia e a saúde mental. O estudo que fizemos é essencial para entender as causas e os fatores de risco associados a esse comportamento e desenvolver estratégias eficazes de prevenção, já que essa é uma questão de saúde pública que pode ser prevenida com ajudas profissionais”, explicou.

Com informações da Uespi

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