As operadoras de telefonia estão considerando o fim dos planos de dados que oferecem o chamado Zero Rating, que permite o uso ilimitado de aplicativos específicos sem descontar da franquia. De acordo com executivos das principais operadoras do país, esse formato tem causado problemas para as empresas do setor.

O uso de dados nesses aplicativos tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, especialmente em serviços como WhatsApp, Twitter, YouTube e Waze. Com a popularização da conectividade 5G e dos serviços de streaming de vídeos e jogos, esse problema tende a se agravar ainda mais.

Outra questão em discussão há algum tempo é a quebra da neutralidade de rede, prevista no Marco Civil da Internet. Ao privilegiar alguns aplicativos, as operadoras estariam violando esse princípio e favorecendo empresas que fornecem esses serviços em detrimento de outras.

Além disso, a regulamentação das redes tem sido discutida nos últimos meses no Brasil, incluindo a possibilidade de grandes empresas de tecnologia pagarem pelo uso dessas redes às operadoras. Segundo o vice-presidente de negócios da Vivo, Alex Salgado, não faz sentido questionar esses novos custos se o Zero Rating continuar sendo aplicado nos planos.

Entenda a posição das operadoras:

• Vivo: embora atualmente ofereça WhatsApp ilimitado em seus planos pré e pós-pagos, a Vivo afirma que o Zero Rating não é o padrão da marca e que a oferta de aplicativos com uso ilimitado tem diminuído nos últimos anos devido aos custos de investimento na rede.
• TIM: a operadora possui opções com WhatsApp e Messenger ilimitados, mas nos planos TIM Controle mais avançados, a oferta é ampliada para Instagram, Facebook e Twitter. No entanto, a empresa busca ampliar suas fontes de faturamento.
• Claro: a Claro oferece uma variedade de aplicativos sem descontar da franquia, especialmente nos planos Claro Pós mais caros. Além disso, oferece 200 GB exclusivos para serviços de streaming como Netflix, HBO Max, Disney Plus e Star Plus. O presidente da Claro, José Felix, afirmou recentemente que o Zero Rating “é um erro” e é provável que a marca limite suas ofertas desse tipo de plano no futuro.

Embora qualquer mudança nesse sentido não seja imediata, é importante aguardar as movimentações das operadoras em relação ao assunto para saber como os planos serão ajustados visando à lucratividade, enquanto os diferenciais atuais são substituídos.

Com informações do Canal Tech